Descubra os riscos ocultos da custódia descentralizada de ativos digitais

Rodrigo Balassiano alerta para os riscos ocultos da custódia descentralizada de ativos digitais e a importância da responsabilidade do usuário.
Asimov Tchekhov By Asimov Tchekhov
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Segundo o especialista Rodrigo Balassiano, a descentralização tornou-se um dos pilares do universo das criptomoedas e ativos digitais. A ideia de manter o controle total sobre os próprios fundos, sem depender de intermediários, tem atraído milhões de usuários em busca de segurança, privacidade e autonomia. No entanto, embora a custódia descentralizada ofereça benefícios indiscutíveis, ela também carrega uma série de riscos muitas vezes subestimados pelos investidores. 

O que é realmente estar no controle?

Quando um usuário opta por custodiar seus próprios ativos, ele assume a responsabilidade integral sobre suas chaves privadas. Isso significa que não há um terceiro para recorrer em caso de perda, roubo ou erro. Essa liberdade total pode ser ilusória, especialmente para iniciantes que ainda não dominam práticas seguras de armazenamento digital. A descentralização transfere o risco da instituição para o indivíduo, que muitas vezes não está preparado para lidar com tamanha responsabilidade.

Ademais, Rodrigo Balassiano frisa que muitos usuários utilizam carteiras digitais (wallets) sem entender os níveis de segurança que essas ferramentas exigem. Backups malfeitos, senhas fracas ou o uso de dispositivos infectados por malwares podem resultar em perdas irreversíveis. Mesmo soluções como carteiras de hardware não são infalíveis se o usuário não seguir corretamente as instruções de uso e armazenamento. Assim, o poder de custódia traz consigo o ônus do conhecimento técnico.

Quais ameaças de segurança estão envolvidas?

A segurança cibernética continua sendo uma das maiores preocupações na custódia descentralizada. Atacantes exploram vulnerabilidades tanto em software quanto no comportamento humano. Phishing, engenharia social e ataques de malware são métodos eficazes de obter acesso não autorizado às carteiras dos usuários. Como não há um sistema centralizado para bloquear ou reverter transações, qualquer perda costuma ser definitiva.

Outra ameaça relevante está relacionada a atualizações de software e falhas de código em carteiras digitais. Bugs ou brechas podem ser exploradas por hackers antes que os desenvolvedores liberem correções. Rodrigo Balassiano explica que como a maioria dos sistemas descentralizados é de código aberto, os invasores também têm acesso ao mesmo código que os defensores, o que exige uma vigilância constante e capacidade técnica para manter a segurança dos ativos.

Rodrigo Balassiano
Especialista Rodrigo Balassiano destaca como a autonomia na custódia descentralizada exige preparo técnico para evitar perdas irreversíveis.

Como o fator humano influencia esses riscos?

A descentralização depende, em grande parte, da disciplina do usuário. Senhas esquecidas, anotações em locais inseguros, uso de dispositivos comprometidos e até decisões impulsivas durante a negociação de ativos são exemplos de como o comportamento humano pode colocar em risco toda uma carteira. Mesmo usuários experientes podem cometer erros que, em um sistema sem suporte centralizado, se tornam irreversíveis.

Além disso, o excesso de confiança pode ser um problema. Muitos acreditam que estão protegidos apenas por possuírem uma carteira de hardware ou por armazenarem suas chaves em locais físicos. No entanto, eventos como incêndios, inundações, ou até o simples extravio de um papel com a seed phrase (frase de recuperação) podem levar à perda permanente de acesso aos ativos. Por isso Rodrigo Balassiano informa que a falha não está na tecnologia, mas na preparação e na manutenção desses cuidados.

Autonomia com responsabilidade

A custódia descentralizada representa um avanço importante na democratização financeira e na autonomia dos usuários, mas exige uma consciência plena dos riscos envolvidos. Assumir o controle dos próprios ativos é assumir também a responsabilidade integral pela sua proteção. Não se trata apenas de ter liberdade, mas de saber utilizá-la com sabedoria, disciplina e preparo técnico.

Portanto, Rodrigo Balassiano conclui que é essencial que os investidores dediquem tempo ao aprendizado sobre boas práticas de segurança, escolha criteriosa de ferramentas e, principalmente, tenham planos de contingência claros. A descentralização não é para todos — e isso não é um defeito, mas um alerta para que cada um avalie seus limites antes de seguir por esse caminho. Autonomia, nesse caso, deve andar de mãos dadas com responsabilidade.

Autor: Asimov Tchekhov

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