O Príncipe das Astúrias, palco do maior naufrágio ocorrido em águas brasileiras, agora pode ser visto ancorado sobre o mar de Ilhabela com ajuda da tecnologia de realidade aumentada.
Para o navio aparecer, basta acompanhar as instruções da placa disponível no píer da Vila, Centro Histórico da cidade. A realidade aumentada é um tipo de tecnologia capaz de inserir de forma realista imagens criadas de figuras e objetos nos ambientes, por meio de celulares ou óculos especialmente desenvolvidos para esta finalidade.
O grande diferencial da ferramenta é a interação entre o simulacro e os espaços filmados, trazendo ao usuário a noção de que o elemento virtual está inserido no local, onde, em geral, não há nada.
Outras iniciativas com o uso da realidade aumentada também estão sendo desenvolvidas pela Prefeitura de Ilhabela com o objetivo de tornar as experiências culturais em parques e museus mais interativas.
Titanic brasileiro
O Príncipe de Astúrias fazia o transporte de cargas e passageiros entre Barcelona e Buenos Aires. Ele foi um dos maiores navios de sua época, um luxuoso transatlântico com 150,8 metros de comprimento, construído no mesmo estaleiro do famoso Titanic.
Seu naufrágio ocorreu em 1916 e se tornou um dos maiores desastres da navegação mundial. O navio trazia a bordo itens valiosos, que incluía esculturas, grandes valores em dinheiro, toneladas de barras de ouro e outras mercadorias.
O que a história conta é que ele afundou na Ponta da Pirabura, em uma noite da tempestade, após chocar-se contra uma laje submersa. O impacto abriu um rasgo de 44 metros em seu casco, o que o fez ir ao fundo em apenas 5 minutos.
Os registros oficiais revelam 654 passageiros a bordo, dos quais apenas 177 sobreviveram. Contudo, estima-se que a embarcação poderia estar transportando muito mais, pois na época não era incomum o transporte de pessoas acima do registro oficial.
O próprio Príncipe das Astúrias em viagens anteriores já tinha transportado de 1.400 a 1.800 pessoas, muitas viajando como clandestinas fugindo da 1º Guerra Mundial. Caso em sua travessia final isso tenha se repetido, o número de mortes pode ter superado a do próprio Titanic.
Essa e outras histórias podem ser conferidas no Museu Náutico de Ilhabela, que conta com uma coleção de peças de navios afundados, além de painéis com informações e imagens de naufrágios desde 1825 até 1990.
Em Ilhabela, há registros de 16 embarcações naufragadas e documentadas, além de mais 12 que necessitam de confirmação e várias outras desconhecidas, encontradas por mergulhadores.