No cenário de destinos turísticos que precisam conciliar fluxo de visitantes e preservação natural, a cidade de Ilhabela passa por uma fase decisiva de alinhamento entre meio ambiente e turismo. Ilhabela atrai milhares de pessoas a cada temporada e, para manter esse movimento sustentável, faz-se necessário implementar mecanismos que sejam justos, efetivos e transparentes. A medida aprovada no município destaca justamente esse equilíbrio: visitantes e veículos automotores enfrentarão um novo sistema de cobrança que busca compensar os impactos da alta temporada e da circulação intensa de pessoas.
A proposta em questão para Ilhabela propõe valores de cobrança para diferentes tipos de veículos, variando de motocicletas a ônibus, de forma a tentar distribuir o custo da preservação entre quem acessa a ilha em diferentes categorias. Veja-se que para carros de passeio foi estipulado valor de 48 reais, enquanto motocicletas terão valor bem inferior. Tal escala demonstra que em Ilhabela a intenção é que o volume de veículos pague proporcionalmente mais, já que veículos maiores ou em maior número exercem impacto mais significativo. O modelo escolhido para Ilhabela prevê ainda sistema automatizado de leitura de placas e etiquetas em tags — fluxo livre sem cabines — objetivando tornar o processo mais ágil e menos sujeito a erros ou abusos.
Os recursos que serão levantados por meio desse mecanismo em Ilhabela não são irrelevantes; estima-se uma arrecadação que gira em torno de 45 milhões de reais por ano, segundo projeção oficial. Essa cifra expressiva evidencia que Ilhabela está se preparando para investir em infraestrutura urbana, limpeza, educação ambiental, conservação de áreas naturais e mitigação dos impactos do turismo intensivo. A ideia central para Ilhabela é conciliar crescimento turístico com qualidade de vida dos moradores e proteção de ecossistemas da Mata Atlântica que rodeiam a ilha.
Para o visitante que planeja sua viagem a Ilhabela, essa novidade traz a necessidade de atenção prévia: entrar na ilha com veículo implica aceitar que parte do custo da visita é destinado à preservação do local. Para quem mora na própria Ilhabela ou em município vizinho com placa local, está prevista isenção ou benefícios específicos no sistema de cobrança. Essa distinção mostra que Ilhabela busca não apenas gerar receita, mas tratar com equidade quem vive e quem visita — o que reforça o caráter social e ambiental da iniciativa.
No plano de gestão, Ilhabela também chama atenção para a transparência: a prefeitura comprometeu-se a prestar contas trimestrais sobre a aplicação dos valores arrecadados. Esse aspecto é vital porque, sem clareza, a percepção pública sobre qualquer taxa pode tornar-se negativa ou gerar resistência. Em Ilhabela, a aposta está em criar uma cultura onde os visitantes entendam que o valor pago faz parte de um ciclo virtuoso de manutenção das belezas naturais que atraem tanta gente.
Ainda, Ilhabela está adotando um cronograma de implantação: embora a cobrança tenha sido aprovada, o início efetivo depende de sanção e de um período de adaptação — a chamada noventena — o que faz com que a medida só passe a valer após 90 dias da sanção, declararam os gestores locais. Esse prazo em Ilhabela serve como janela para ajustes operacionais, comunicação ao público e definição dos detalhes do sistema de pagamento (cartão, PIX, dinheiro, tag). Para o turista, isso significa estar atualizado sobre o status da cobrança antes de embarcar para Ilhabela.
Do ponto de vista estratégico para Ilhabela, a ação representa uma virada: não se trata apenas de arrecadar, mas de posicionar-se como destino consciente, que está preparado para receber mais de forma equilibrada. O turismo em Ilhabela ganha uma camada de responsabilidade ambiental e comunitária, o que pode fortalecer a reputação da cidade e atrair um perfil de visitante mais consciente. Ao mesmo tempo, quem dirige para Ilhabela com veículo precisa planejar o custo adicional — mas também ganha a garantia de estar colaborando com a continuidade daquele lugar para além de sua visita.
Em resumo, Ilhabela segue agora por um caminho onde a sustentabilidade se torna parte intrínseca da experiência de visitar a ilha. A cobrança — escalonada, automatizada e transparente — traz à tona a mensagem de que a preservação das praias, trilhas, mata atlântica e qualidade de vida dos moradores não é imposta aos visitantes como um peso, mas sim um pacto coletivo. Quem vai a Ilhabela nessa nova fase participa, portanto, de um modelo mais moderno, alinhado com desafios de turismo e meio ambiente mundo afora, e ajuda a assegurar que a ilha continue sendo destino desejado — não só para este verão, mas para muitos verões por vir.
Autor: Asimov Tchekhov
